Old Québec City, Canada in 4K (Ultra HD)
No dia 6 de Junho, ou 8 (é pouco importante) a minha Mãe se fosse viva faria 100 anos, já faleceu há 10 anos mas não passou um dia em que a esquecesse.
Como todas as mães foi importante para mim, tinhamos um relacionamento de cumplicidade, entendiamo-nos bem e quando fui mãe ainda lhe passei a dar mais valor. Tenho uma divida eterna, ajudou a cuidar as minhas duas filhas.
Para a familia foi sempre prestável quando necessário.
Tinha uma capacidade de trabalho muito intensa, como todas as mulheres da sua geração, cumpria os seus deveres como mãe de família e ainda fazia tricot e croché muito bem, ainda agora observo alguns trabalhos que fez e me espanto como sem saber ler nem escrever era capaz de fazer trabalhos complexos, a partir de explicações que lhe lia nas revistas, Recordo isso nas camisolas que fez para as minhas filhas e que estão registadas em fotografias. As rendas, ainda as tenho e faço questão de as usar, e quando as olho penso que estão ali muitas horas da sua vida.
Apesar de ter vivido tempos difíceis, como todas as pessoas pobres, acho que foi feliz, o meu pai que faleceu quando ela tinha 62 anos, sempre foi muito meigo e trabalhador para lhe proporcionar uma vida equilibrada, foi um grande companheiro em 42 anos de casamento, e ainda agora continuam juntos (fisicamente) como ela fez questão.
Teve ao longo da vida algumas amigas e até algumos amigos meus gostavam dela, porque estava sempre disposta a acompanhar-nos.
Gostaria de ter feito esta pequena lembrança no meu outro blog (raquel-alaminute) onde lembrei os 100 anos do meu pai em 24 de Outubro de 2012, mas não foi possível tecnicamente.
Ontem o meu pai se fosse vivo faria 99 anos, durante o dia recordei-o e pensei que devia publicar aqui essa referência, mas acabei por não o fazer, como hoje continuo a recordá-lo decidi colocar esta imagem que estou certa muito apreciaria. Gostava muito de flores e era com elas que trabalhava e ficavamos muito felizes(ele por dar e eu por receber) quando ele me trazia um raminho muito simples embrulhado numa folha velha de jornal dentro da pasta onde tinha levado o almoço, e me pedia para lhe arrumar a pasta, e lá dentro eu descobria as flores. Parece estranho mas era uma época em que as pessoas tinham que transportar o almoço. e não foi assim há tanto tempo, agora estamos a voltar a ter que proceder da mesma maneira.
A partir daqui sim são bons achados |
É bom encontrar conchinhas na areia, sinal de que o mar está vivo e também as flores dão vida à praia |
Sempre que vou a Faro, gosto de ir ver esta estátua, porque ela me recorda o meu pai |
a estátua de 1954 é da autoria do escultor A. Duarte (Caldas da Rainha 1912/Lisboa 1988) |